Após um período adormecida, a (PEC-32) é anunciada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na última terça-feira, 9, num evento em Nova York.

Essa agenda já foi considerada derrotada e conseguiu reunir, antes das eleições nacionais de 2023, representantes dos servidores públicos de todo o país num semestre de manifestações no Congresso Nacional, nos aeroportos, nos gabinetes dos parlamentares, em suas bases eleitorais. Foi uma verdadeira cruzada contra um projeto que havia colocado a granada do Paulo Guedes nos bolsos dos trabalhadores. 

A essa altura em que o Brasil recupera-se de uma era de atrasos e de direitos constitucionais vilipendiados, imaginar que a PEC-32 volta a assombrar capitaneada pelo presidente Lira, significa dizer que não se pode descansar até que a malfadada reforma seja enterrada de vez. 

A Pública Central do Servidor, unida às demais Centrais e entidades sindicais trabalharam firme contra uma reforma que afeta severamente o serviço público e seus servidores, vítimas dos maiores ataques durante o governo Bolsonaro.

O presidente José Gozze está em Brasília desde terça-feira, 9, para uma série de compromissos pela Pública e manifestou-se de forma contundente a respeito da fala do Lira.

“Precisamos pressionar e convencer os deputados, ganhando votos a nosso favor para que o Presidente Lula possa encaminhar o pedido de retirada da reforma administrativa. Com certeza as Centrais devem recomeçar essa discussão, completa.” 

No final da tarde, convidado pelos deputados federais, Rogério Correia (PT-MG) e Alice Portugal (PCdoB-BA), Gozze coordenou a mesa de debate organizada pela Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, cujo tema central foi a ameaça da volta da PEC-32 e a importância da reorganização para derrotá-la. 

As entidades presentes debateram sobre a necessidade de articulações para a derrubada definitiva da reforma, através da mobilização das lideranças representativas. 

Conforme pontuado pela deputada Alice Portugal, será fundamental que as entidades elaborem um documento que dê sustentação aos parlamentares na abertura de canal de negociação com o governo. 

Alice lembra que até o lançamento da Frente Parlamentar, prevista para o início de junho deverá ser feito o trabalho de coleta de opiniões e síntese de uma pauta concreta que unifique as entidades para tratar de maneira mais direta com o governo a partir do parlamento. 

“Temos que intensificar a coleta de assinaturas e para tanto precisamos da ajuda das entidades com o apoio dos deputados. Faremos um grande ato de relançamento da Frente Parlamentar, dando relevo à pauta do setor público para entregarmos ao governo um documento sobre as nossas prioridades no âmbito do Congresso Nacional. É preciso motivar também os parlamentares em todos os Estados, como foi feito durante a campanha contra a reforma administrativa, a aderirem as propostas do setor público, completa a deputada. 

O deputado Rogério Correia acha que fortalecendo a Frente e fazendo um grande relançamento, isso será uma demonstração de força, além de fortalecer também a questão da mesa de diálogo, respaldando as entidades que estão na frente de luta, que segundo o deputado é um papel dos parlamentares. (MCZ) 

Comunicação/Cal/Pública/2023