Search
Close this search box.

Após críticas a manifesto de Skaf, centrais sindicais escrevem texto próprio com críticas a Bolsonaro

Líderes sindicais acharam que presidente da Fiesp foi muito brando com o presidente. 

As centrais sindicais escreveram um manifesto próprio para o 7 de setembro. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, enviou a alguns sindicatos uma versão prévia do seu texto sobre harmonia entre os Poderes, mas ele foi rapidamente rechaçado por lideranças sindicais por, na avaliação delas, pegar leve com Jair Bolsonaro ao dividir a responsabilidade pela crise no país pelos três Poderes.

Algumas das centrais orientaram os sindicatos a não assinarem o manifesto de Skaf.

Subscrito por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Conlutas, Pública e Intersindical, o manifesto das centrais diz que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história e que o presidente alimenta o caos político e o utiliza para atacar os direitos trabalhistas (leia na íntegra abaixo).

“Ninguém aguenta mais. Vivemos no limiar de uma grave crise institucional. A aparente inabilidade política instalada no Planalto que acirra a desarmonia entre os poderes da República esconde um comportamento que visa justificar saídas não constitucionais e golpistas”, diz o manifesto.

“Quem mais sofre com esta situação dramática é o povo trabalhador, cada vez mais empobrecido e excluído, e cada vez mais dependente de programas sociais que, contraditoriamente, encolhem”, completa.

Diferentemente do manifesto de Skaf, que não se dirige a nenhum poder especificamente, mas a toddos, o das centrais sindicais pede que Leguslativo e Judiciário tomem a frente “não apenas para conter os arroubos autoritários do presidente”, mas também para tratar de temas como geração de empregos, programas sociais e o enfrentamento correto da pandemia da Covid-19.

O manifesto na íntegra 

Resgatar o Brasil para os brasileiros

O Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história desde a declaração de independência, em 7 de setembro de 1822, há 199 anos.

São quase 15 milhões de desempregados, 6 milhões de desalentados, outros 6 milhões de inativos que precisam de um emprego e mais 7 milhões ocupados de forma precária. Inflação alta, carestia e fuga de investimentos.

Aumento da fome e da miséria, crescimento da violência, insegurança alimentar e social. Escalada autoritária e uma calamitosa gestão da pandemia do coronavírus. Sem falar nas crises ambiental, energética, entre tantas outras.

Ao invés de agir para resolver os problemas, que são decorrentes ou agravados pelo caos político que se instalou em Brasília na atual gestão, o governo os alimenta e os utiliza para atacar os direitos trabalhistas, precarizando ainda mais o já combalido mercado de trabalho. O próprio presidente se encarrega de pessoalmente gerar confrontos diários, criando um clima de instabilidade e uma imagem de descrédito do Brasil. E ele ainda tem o desplante de culpar as medidas de contenção do vírus pelo fechamento de postos de trabalho, ignorando que a pandemia já matou precocemente quase 600 mil brasileiros!

Ninguém aguenta mais. Vivemos no limiar de uma grave crise institucional. A aparente inabilidade política instalada no Planalto que acirra a desarmonia entre os poderes da República, esconde um comportamento que visa justificar saídas não constitucionais e golpistas.

Quem mais sofre com esta situação dramática é o povo trabalhador, cada vez mais empobrecido e excluído, e cada vez mais dependente de programas sociais que, contraditoriamente, encolhem.

O país não pode ficar à mercê das ideias insanas de uma pessoa que já demonstrou total incapacidade política e administrativa e total insensibilidade social. É preciso que o Legislativo e o Judiciário em todos os níveis, os governadores e prefeitos, tomem à frente de decisões importantes em nome do Estado Democrático de Direito, não apenas para conter os arroubos autoritários do presidente, mas também que disponham sobre questões urgentes como geração de empregos decentes, a necessidade de programas sociais e o enfretamento correto da crise sanitária.

Esse movimento dever ser impulsionado pela sólida união dos trabalhadores e suas entidades representativas, bem como por todas as instituições democráticas, a sociedade civil organizada, enfim, todos os cidadãos e cidadãs que querem redirecionar nosso país para uma trajetória virtuosa em benefício do povo. Para isso precisamos, antes de tudo, lutar contra o desgoverno que ocupa a presidência da República!

Que a Semana da Pátria consagre, pela via da luta firme e decidida de todo povo, um Brasil que quer seguir como uma nação, democrática, plural, terra de direitos, capaz de pavimentar um futuro de liberdade, soberania, justiça social e cidadania para todos!

O texto é assinado por Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), José Reginaldo Inácio (NCST), Antonio Neto (CSB), Atnágoras Lopes (CSP-Conlutas), Edson Carneiro Índio (Intersindical), José Gozze (Pública) e Emanuel Melato (Intersindical).​

Comunicação/Cal/Pública/2021 

 

 

 

 

Compartilhe essa notícia
Últimas notícias da categoria:
Mosap e Pública atuam contra contribuição previdenciária dos aposentados e pensionistas
28 de setembro de 2023
Criação do INPSU – Instituto Nacional do Regime Próprio de Previdência Social da União
28 de setembro de 2023
Senado vai contra STF e aprova marco temporal para demarcações de terras indígenas
28 de setembro de 2023
Filie-se

Traga sua entidade para a Pública

Faça parte da Central dedicada exclusivamente ao Serviço Público.

A filiação à Pública garante participação em um grupo forte, coeso, que compartilha dos mesmos ideais e objetivos em uma rede de proteção dos serviços públicos e dos servidores brasileiros.

Inscreva-se em nossa

Newsletter

Receba nosso conteúdo informativo diretamente em seu e-mail