
Os brasileiros acordaram nesse dia 13 de agosto com uma motivação a mais, manifestando-se em prol da Educação. Segundo a UNE 205 cidades de todos os estados mais o Distrito Federal reuniram cerca de 1,5 milhão de pessoas. A Pública Central do Servidor teve participação de destaque, dando continuidade à luta contra a perda de direitos e a reforma da Previdência.
As ruas das cidades nas principais capitais brasileiras foram tomadas pelos manifestantes. Rio Branco (AC), Manaus (AM), Belém (PA), Porto Velho (RO), Tocantins (TO), Maceió (AL), Salvador (BA), Fortaleza (CE), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Recife (PE), Teresina (PI), Natal (RN), Aracaju (SE), Vitória(ES), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Brasília (DF) e Goiânia (GO) fizeram do dia 13/8 um marco na luta em favor da Educação.

Em São Paulo, estudantes e professores que protestam, nesta terça-feira, 13, contra cortes no orçamento do Ministério da Educação se dispersaram na Praça da República, em São Paulo, por volta das 20h. No início da tarde, dois quarteirões da Avenida Paulista eram ocupados pelos manifestantes. Os grupos presentes também protestaram contra a reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados.

Durante a manifestação na capital paulista, a professora aposentada Ana Rossi, 59 anos, o governo federal retira investimento da educação. “Esse governo está atacando demais a educação. Todos os países que a gente conhece no mundo quando querem se reerguer eles investem forte em educação. E aqui eles alegam que nosso país está ruim e eles têm que tirar da educação. Eu aposentei esse ano, já dei aula na rede particular, municipal e estadual. O cargo público é considerado um cargo de luxo porque tem uma aposentadoria diferenciado só que ninguém conta que, no começo, a gente ganha abaixo do mercado, a gente aguenta falta de estrutura, excesso de aluno em sala de aula.”

No Rio de Janeiro, a manifestação partiu da Igreja da Candelária pouco depois das 18h e seguiu pela Avenida Rio Branco, entrando na Avenida Chile, até a sede da Petrobras. O ato reuniu milhares de pessoas, ligadas a centrais sindicais, partidos políticos, sindicatos de diversas categorias e estudantes secundaristas e universitários.

No Espírito Santo, professores, estudantes e servidores da educação pública, em especial das instituições federais, se mobilizaram para os atos desse dia 13/8, e a mobilização foi iniciada no dia 12/8 com panfletagens e convites para participação no protesto. Ocorreram aulas públicas e três concentrações para as passeatas que terão como destino a Assembleia Legislativa. Uma saiu da frente do Teatro Universitário da Ufes, outras duas do campus Ufes Maruípe e do Instituto Federal capixaba (Ifes de Jucutuquara). Docentes da Ufes, em assembleia no último dia 7/8, decidiram por paralisar as atividades no dia da Greve Nacional da Educação. Aprovaram, ainda, um indicativo de paralisação por tempo indeterminado que depende de aprovação em nível nacional para entrar em vigor.
De manhã, em Brasília, manifestantes fecharam três faixas do Eixo Monumental. O ato foi reforçado com a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, que também protestavam na Esplanada dos Ministérios. Além da questão orçamentária que pautaram os dois últimos protestos, os manifestantes também expressam insatisfação com o programa Future-se e o governo federal.
Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), 1,5 milhão de pessoas foram às ruas nesta terça-feira, em 205 cidades de todos os estados, mais o Distrito Federal. Em seu perfil oficial no Twitter, a UNE afirmou que novos protestos estão previstos para o dia 7 de setembro.

Em Brasília, onde o ministro Sergio Moro autorizou o uso da Força Nacional de Segurança para fazer a vigilância do MEC, um grupo fechou parte da Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), no Distrito Federal. O grupo queimou pneus na via, interrompendo parcialmente o tráfego de veículos.
Na capital federal, a secretaria de educação do DF não suspendeu as aulas nas quase 700 escolas públicas da rede de ensino, mas ainda aguarda informações das coordenações regionais para fazer um balanço do impacto dos atos. Na Universidade de Brasília, a paralisação dos docentes foi aprovada em assembleia geral na segunda-feira, 12, pela associação que representa a categoria, mas a adesão efetiva caberá a cada professor.
No Recife, embora a Universidade Federal de Pernambuco não tenha suspendido as aulas, professores e técnicos de vários departamentos dos três campi (Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão) da instituição aderiram ao movimento e não compareceram ao trabalho. Alunos de outras instituições, como o Instituto Federal, também não tiveram aulas. Um grande ato ocorre na rua da Aurora, em frente ao Ginásio Pernambucano. Outras manifestações foram agendadas em, pelo menos, outras quatro cidades do estado: Arco Verde, Caruaru, Garanhuns e Petrolina, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, que também organiza os atos.

Em Salvador, manifestantes se reuniram no Largo do Campo Grande, de onde saíram em caminhada até a Praça Castro Alves. Expondo faixas e cartazes, o grupo pediu mais investimentos em educação. Uma manifestação semelhante ocorreu em Feira de Santana.


Em Fortaleza, os manifestantes se concentraram na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica. Participam professores, estudantes e outros trabalhadores da educação. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ao menos 12 cidades cearenses devem sediar alguma atividade alusiva à mobilização ao longo do dia, entre elas Juazeiro do Norte, Sobral e Itapipoca.
Para o atual presidente da UNE, Iago Montalvão, que tomou posse em julho, os protestos refletem uma preocupação da sociedade com o “futuro do nosso país”. “As universidades estão sem condições de funcionar e os estudantes estão preocupados com o que pode acontecer no futuro. Ao apresentar um programa como o Future-se, o MEC não resolve o problema atual da universidade e aponta uma saída que incomodou muitas vezes, colocando uma dependência do setor privado”, afirmou a VEJA.

Em maio deste ano, dois protestos foram organizados pela entidade contra o contingenciamento de 30% de gastos discricionários das universidades. Iago Montalvão é otimista e diz que esta terça-feira vai ser “mais um dia de luta da sociedade como um todo”. “Acreditamos que vamos repetir a dose do que aconteceu em maio, com elementos novos”, declara.
Na época das primeiras manifestações, a então presidente da UNE Marianna Dias, afirmou que, embora o aperto orçamentário e a escassez de recursos para a educação não sejam algo inédito nem uma exclusividade do novo governo, a falta de diálogo da gestão de Bolsonaro é uma das grandes diferenças em relação a governos anteriores: “Houve desrespeito”.

A Pública esteve presente nessa importante manifestação contra cortes no orçamento da Educação e contra a reforma da Previdência aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, temas que ilustraram os atos desse dia 13/8 em todo o Brasil. O Presidente Gozze reforça a importância da união dos servidores públicos nessas manifestações que dão eco às necessidades da sociedade brasileira. “Temos que fazer coro, marcando presença nas praças, nas ruas e nos fazendo visíveis contra os projetos desse governo que atentam contra os direitos do trabalhador brasileiro”, repete Gozze em pleno ato em Brasília, DF.
Fontes: Uol, G1, Pública
Comunicação/ Pública/2019
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