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A Pfizer desmente o General Pazuello

 

Como era de se esperar, a Pfizer desmentiu o general Eduardo Pazuello. Ontem, o ministro da Saúde afirmou em entrevista à CNN que o Brasil poderia começar a vacinação contra o coronavírus em “dezembro ou janeiro”

Pazuello atrapalhou-se diversas vezes na entrevista, hesitou, gaguejou e chegou a pedir desculpas pelo uso dos gerúndios e partículas condicionais, sendo “se” a mais frequente. Quase todas as afirmações do general se assentavam sobre ela. Claro que nenhuma ficou de pé.

À reportagem da “BandNews FM”, a Pfizer informou hoje que ainda aguarda o governo brasileiro assinar o contrato de compra da sua vacina e que, mesmo que ele seja firmado agora, não dispõe de doses para entrega imediata. Essa impossibilidade, segundo declarou a farmacêutica à rádio, se deve à “demora na negociação” com o Ministério da Saúde.

A Pfizer formalizou a sua proposta de venda da vacina para o governo brasileiro há quatro meses, em agosto. “Essa proposta permitiria vacinar milhões de brasileiros e especificava um prazo para o governo nos responder. Mas nós nunca recebemos uma resposta formal do governo brasileiro, nem pelo sim nem pelo não”, disse em outubro à revista “Veja” o CEO da farmacêutica no Brasil, Carlos Murillo.

A tentativa desesperada do Ministério da Saúde de conseguir na última hora um irrisório lote de 500 mil doses que fosse, como desejava o general, se destinava única e exclusivamente a livrar a cara do governo federal do vexame de ser passado para trás pelo governo do estado de São Paulo.

Pazuello está sendo pressionado pelo chefe, o presidente Jair Bolsonaro, que por sua vez está sob pressão das redes sociais e de governadores, irritados com o protagonismo do colega João Doria.

Cobrado a apresentar o plano de imunização do ministério, Pazuello primeiro disse que só o anunciaria depois que Anvisa aprovasse uma vacina. Ontem, depois da cobrança dos governadores, afirmou que apresentaria o plano ao meio-dia. No final da tarde, recuou outra vez e adiou a apresentação para a semana que vem, não sem antes jurar que o plano existe e está “quase” pronto. O governo não tem plano de imunização pronto, não tem seringa e não tem vacina. O governo federal não tem nada na mão, e é por isso que Pazuello gagueja e sua frio diante das câmeras. A situação do general é de dar dó. Mas pior ainda é a dos brasileiros.

Nesse embate político em que se transformou a questão da imunização dos brasileiros, resta saber se os vencedores serão eles, políticos que agem como ave de rapina aguardando o momento certo para entrar em ação. Os brasileiros vivem a expectativa de uma solução que pode ser a vacinação. Temos ainda a presença dos negacionistas que se colocam acima da ciência e nessa guerra de narrativas o que se deseja é a possibilidade de voltarmos à normalidade e com um mundo mais consciente. O governo federal vendo que o governador de São Paulo está focado na produção da vacina para imunizar o seu Estado e abrindo para outros Estados da Federação, começa a bater cabeça para não dar o protagonismo ao Dória. Enquanto isso a sociedade brasileira só deseja que o pesadelo da pandemia tenha um fim. 

Comunicação/Cal/Pública/2020 

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