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Reabertura do comércio no ES ameaça vidas

Nota das centrais sindicais e movimentos sociais

Na contramão das ações e medidas contra a covid-19, o Governo do Estado decretou a reabertura do funcionamento do comércio capixaba. O movimento social e sindical vem a público alertar sobre o risco desta ação, num momento em que Espírito Santo registra 4.599 casos confirmados e 181 óbitos pelo coronavírus, segundo balanço de domingo, 10. Uma pergunta se impõe: é hora de relaxar o isola- mento social, medida mais eficaz para controlar o avanço da pandemia?
Com a curva de contaminação crescente, não podemos prever que a vida social e econômica seguirá seu curso natural com a volta do comércio. Pelo contrário. De acordo com o estudo feito pelo Imperial College de Londres, o Brasil é o país com a maior taxa de contágio pelo novo coronavírus no mundo. Neste sentido, os movimentos sociais e sindicais reafirmam seu compromisso com a vida dos trabalhadores, das traba- lhadoras e a da população em geral e se posicionam contra o relaxamento das medidas de isolamento.
No dia 7 de abril, a Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, importante periódico científi- co, publicou uma previsão de pico da covid-19 entre os meses de abril e durante todo o mês de maio. A previsão alerta para a necessidade de reforçar o distanciamento e o isolamento como medidas preventivas, assim como o uso dos equipamentos de proteção, como máscara e álcool gel – recomen- dações unânimes entre as autoridades de saúde para conter a pandemia.
Vimos exemplos recentes de países ou cidades que liberaram o comércio e tiveram que voltar atrás em decorrência do aumento de casos, como a Itália, cujas autoridades tiveram que se retratar após enfren- tar milhares de mortes. Também o estado de Santa Catarina, no final de abril, teve que rever sua deci- são de acabar com o isolamento social após ter os casos triplicados com a reabertura do comércio.
O Espírito Santo já possui o 6ª pior índice de isolamento social do País e o mais baixo da região sudeste, segundo pesquisa divulgada na imprensa. São 53,3% da população em quarentena, ante os 70% indica- dos por especialistas como índice ideal para reduzir a velocidade de contaminação. A própria Secreta- ria Estadual de Saúde já avalia a possibilidade de lockdown, ou seja, de bloqueio completo da circula- ção de pessoas, caso o isolamento social não seja cumprido. Mas ao mesmo tempo que o Governo do Estado cobra a adesão individual ao isolamento, ele não cria as condições para que o mesmo seja cum- prido. Entendemos que a manutenção do fechamento do comércio é indispensável para que as pessoas permaneçam em suas casas, tomando todos os cuidados possíveis para evitar o contágio da doença.
Estamos vivendo algo atípico e com consequências ainda difíceis de serem estimadas. Todas as esferas da nossa sociedade estão sendo atingidas. Reconhecemos as dificuldades enfrentadas por lojistas e empre- sários, porém, o governo não pode ceder às pressões. A vida das pessoas deve estar acima do lucro.
Exigimos que o governador Renato Casagrande revise a decisão de reabertura do comércio e só o faça quando tivermos condições mais seguras para tal, observando o achatamento da curva de contamina- ção. Além disso, cobramos do governador a participação dos movimentos sociais e sindicais nos espa- ços de decisão para garantir os direitos de trabalhadores e trabalhadoras e da população em geral durante a pandemia.


Espírito Santo, 11 de maio de 2020

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